sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O Grande Projeto


Uma noite destas, sonhei que visitava o editor do “Integração”, o jornalista Antônio Devanir Leite, meu dileto amigo, na cidade de Santo André. Encontrei-o de cócoras no meio de amplo terreno, vestido com calças e jaleco de tecido grosso de cor azul escuro, manchados de graxa. Com uma chave à mão, apertava um dos parafusos de um dispositivo parecido com uma barquinha de parque de diversão. Espalhados pelo chão havia diversos, diferentes em tamanho e forma e um guindaste muito alto. Tomei conhecimento de que técnicos em mecânica, eletricidade, eletrônica e especialista em naves espaciais o ajudavam. O projeto em andamento terá repercussão mundial. Trata-se de imenso “guarda-sol”, semelhante a um circo, cuja lona abre e fecha graças a seis dispositivos hidráulicos. A lona conterá propagandas comerciais. Quando posto em órbita esse “guarda-sol” servirá de base aos dispositivos em forma de barquinhas, que serão lançados ao espaço e retornarão, com segurança, atraídos por um potente magneto. Esses dispositivos flutuarão no espaço, porque estarão acoplados a asas destas ou para-pentes. Os brincantes acomodados nas barquinhas, viajarão durante alguns minutos, se sentindo numa aeronave. Vi crianças, risonhas, testando esses brinquedos, que giravam acima de nossas cabeças. Senti-me feliz pelo Devanir, porque sei do seu antigo desejo de realizar coisas importantes e, por isso mesmo, sempre foi arrojado. Alegre, eu lhe disse: “Finalmente, realizará com esse projeto, o seu grande sonho. Acompanharei esse trabalho e fotografarei tudo para ilistrar um livro que escreverei, a fim de imortalizar esse feito que a crônica internacional certamente o chamará de “O grande milagre humano do século XXI”. Chegou, então, ao canteiro de obras uma menina que outra não era senão a Cecília, uma das filhas do Devanir que disse, com ternura, como é do seu feitio: “Pai, deixa isso aí e venha almoçar”. Está na hora!”. Solidário, comentei: Só mesmo você, Devanir, é capaz de trabalhar tão entusiasmado, sob tantas pressões descabidas e algumas até mesmo destruidoras. Ele levantou-se e, cordial, como sempre, me convidou: “Vamos almoçar?”. Acordei e refleti: “Embora separados, fisicamente, continuamos ligados pelos laços espirituais...” Muitas invenções surgiram no mondo a partir de um sonho. Quem sabe?... Não custa sonhar! Conta-se que, na escola primária, a professora perguntara: “O homem voa?” O Menino Santos Dumont foi o único que respondeu positivamente. A classe riu à beça. Ele sonhou e provou, mais tarde, que homem “voa”. E hoje, então, com o avanço da Ciência, como é que se pode duvidar de coisa Alguma?

CIRSO SANTIAGO é jornalista e reside em Santo André, SP