segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brilhante iniciativa para despertar o interesse do aluno:




METODOLOGIA EDUCATIVA

COM GOSTINHO DE ABACATE


ANTONIO DEVANIR LEITE (*)

Foi tomando como exemplo esta máxima: "O jornalista faz a história, história feita de fatos" que encontrei o viés para contar uma história digna de ser difundida pelo Brasil afora.

O neto João Victor, que nos acompanhava em passeio recente à Estância Turística de São Pedro, ao ver um pé de abacates carregado, disse-me: "Vô, posso levar alguns para dar à minha professora? Eu disse a ela que aqui tinha bastante."

De volta a Santo André, bati à porta da sala de aula da professora Maria Helena (foto ao lado do João Victor), de sacola em punho, e quando lhe entreguei os abacates, ela explicou o motivo do pedido: "- Sim, pedi mesmo. Acontece que nossa classe está empenhada em trabalhos sobre a Natureza, o Meio Ambiente e Plantas Frutíferas. Aqui na escola temos um pé de abacate que eu mesma plante. Já está produzindo, mas por enquanto só vingaram dói. Estes que o sr. acaba de nos trazer serão suficientes para que todos da classe possam saborear." - completou a professora.

Diante do excelente trabalho (educação pelo exemplo) que vem sendo realizado pelas professoras da EMEIEF "Prof. Eufly Gomes" - Rua Araguaia, 260 - Vila Curuçá em Santo André, SP, revirei o baú em busca de algo que pudesse nos dar a real medida da evolução do conhecimento enquanto ostentada por construções gigantescas e majestosas como este exemplo de se plantar uma árvore frutífera no pátio da escola e os alunos já podendo colher seus frutos, como testemunhas oculares do fato. Os pequeninos jamais irão esquecer do exemplo que em se plantando tudo dá, fruto do magnífico trabalho da professora. Conforme veremos a seguir, não só as professoras da escola do meu neto, mas também aquelas que permanecem ensinando em milhares de escolas públicas por este Brasil de meu Deus, continuam semeando em solo fértil, plantando o saber, o respeito, a determinação e o conhecimento na cabecinha de seus alunos.

Ao longo dos anos, dentre os alunos que ali tiveram a oportunidade de dar os primeiros passos na senda do saber, tendo uma visão mais lúcida da vida, dois de meus quatro filhos e dois netos estudaram, e um ainda estuda, na EMEIEF "Prof. Eufly Gomes". Um deles, atualmente com dezessete anos, está cursando o colegial em outra unidade de ensino, e o aluno da professora Maria Elena é o João Victor. Meu filho caçula, com 30 anos, é coordenador do setor de Segurança, Meio Ambiente e Saúde numa empresa de engenharia de Mogi das Cruzes, SP, prestadora de serviços na área de recomposição de dutos, e minha filha, Administradora de Empresas, graduada pela USCS - Universidade Municipal de São Caetano do Sul, que até então atuava na Comunicação Social na mesma empresa em Mogi das Cruzes, acaba de ser requisitada para colaborar em uma conceituada empresa de Santo André do ramo de ferro e aços. Meus quatro filhos sempre estudaram em escola pública. Uma é auxiliar administrativa numa empresa de móveis para escritório na capital paulista. O primogênito, Devanir Júnior, é jornalista, acadêmico de Direito pela UNIABC e empresário do ramo do vestuário feminino em Indaiatuba, interior de SP. Nos idos de 1967, fez a pré-escola na escolinha da Rhodia, concluindo o ensino fundamental no SESI em Santo André. Ao longo dos anos, pude observar o quanto melhorou a qualidade do ensino por aqui. Duas vezes por semana estamos encarregados de pegar o João Victor na saída da aula e a netinha Júlia, na creche do bairro Vila Curuçá, distante poucas quadras dali. Sempre pergunto a ambos se estão com fome e a resposta é não. Pergunto se a merenda estava boa e a resposta é hummmmm! Na escola do João Victor, sempre a postos está o porteiro, sr. Edmundo Ferreira dos Santos (foto), esbanjando as mesmas gentilezas de quando pegávamos os filhos ali, ostentando respeitáveis cãs que a bruma do tempo se encarrega de colocar em nossas cabeças. O prédio passa por reformas, mas dá para ver que está ficando muito bom. A unidade é dotada de piscina e quadra de esportes onde a garotada se exercita e se diverte a valer. Nota mil para a atual administração que está olhando com bons olhos e garantindo não só a qualidade do ensino, mas também proporcionando aos alunos e educadores um ambiente digno. Eis aí uma amostra de que é possível gerir os destinos de uma cidade com visão de futuro mantendo firmes os pés no presente.

PONTO E CONTRAPONTO

Busquei inspiração no cancioneiro popular onde o prisioneiro amarga anos na cadeia por ter cometido um delito, na composição de José Fortuna e Paraíso, intitulada MEU IPÊ FLORIDO, que numa das estrofes passa a seguinte mensagem: "Meu ipê florido junto a minha cela / Hoje tem altura de minha janela / Só uma diferença há entre nós agora / Aqui dentro é noite não tem mais aurora / Quanta claridade tem você lá for. Do magnífico trabalho dessa professora, há seis anos (tempo aproximado para que o abacateiro produza frutos) espalhando a mensagem exatamente como escreveu Pero Vaz de Caminha, em 1500, ao Rei de Portugal, contando sobre o que havia encontrado em nossas terras. O escrito original era: "A terra em si é de muito bons ares frescos e temperados (...) Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo (...)." Na mensagem da professora, a mensagem é outra e o resultado totalmente diferente, preparando os alunos para tornarem-se cidadãos aptos e bem distantes dos desajustes sociais.

O PAPEL DO MESTRE

E A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO

Conta-se que Licurgo, célebre orador ateniense, fora, certa ocasião, convidado para falar sobre a Educação. Aceitou o convite, sob a condição de lhe concederem três meses de prazo. Findo esse tempo, apresentou-se perante numerosa e seleta assembléia, que aguardava ávida de curiosidade a palavra do consagrado tribuno.

Licurgo compareceu, então, trazendo consigo dois cães e duas lebres. Soltou o primeiro mastim (cão de guarda), e uma das lebres. A cena foi chocante e bárbara. O cão avança furioso sobre a lebre e a despedaça. Soltou, em seguida, o segundo cachorro e a outra lebre. Aquele pôs-se a brincar com esta amistosamente. Ambos os animais corriam de um para outro lado, encontrando-se aqui e acolá para se afagarem mutuamente.

Ergue-se, então, Licurgo na tribuna e conclui, dirigindo-se ao seleto auditório: "Eis aí o que é a educação. O primeiro cão é da mesma raça e idade que o segundo. Foi tratado e alimentado em idênticas condições. A diferença entre eles, é que um foi educado, e o outro não."

PARTICIPAÇÃO DOS PAIS É FUNDAMENTAL

Ao mesmo tempo em que os seres humanos têm como característica viver em grupos, individualmente disputa posição social, fama, poder e riqueza. É fácil perceber que num grupo sempre haverá líderes e liderados, e que, fatalmente, se as necessidades de disputa não forem canalizadas de alguma forma, os liderados acabam desafiando a liderança. Os pais devem manter essa liderança, esforçando-se para ensinar aos filhos preceitos de boa conduta, educando-os para a vida. Observemos o quão importante é a educação.

É importante saber que tem criança que gosta de roupa larga, futebol, queimada, andar de bicicleta, pega-pega e esconde-esconde. Cabe aos pais levá-las regularmente a um clube, piscina ou à praia. Participar com elas. Acreditem, estará prestando um grande favor à saúde dos filhos e, de quebra, para a sua também, pois certamente estará comemorando o sucesso de seus filhos quando atingirem a vida adulta.

Para finalizar, o Brasil tem jeito? Respondo: Além de jeito, nosso país conta com educadores empenhados em transmitir o saber até com gostinho de abacate...

Meus parabéns à professora Maria Helena e demais professoras ali lotadas e muito empenhadas. Não somente eu, como pai e avô, mas toda a nação brasileira deveria estender-lhes esta homenagem.

PEDRAS E PALAVRAS

Victor Hugo registrou na novela Nossa Senhora de Paris, de 1831, o hipotético impacto da introdução do novo engenho de João Gutenberg, a máquina para imprimir livros, entre a gente letrada da época. Até o século XV, dizia ele, num mundo de analfabetos, a humanidade comunicava-se com pedras, empilhando-as e arrumando-as das mais variadas formas para expressar a fé (as igrejas), o poder (os castelos), o luxo (os palácios), a propriedade (o muro), a punição (o cárcere), a pobreza (os casebres), e a morte (as lápides). Com Gutenberg, tudo aquilo deixava de ter sentido. O livro impresso seria a pedra dos tempos futuros, o construtor dos templos do devir, ou seja, após a chegada do livro não mais seria possível uma representação de poder tão grande quanto aquele fruto do conhecimento acumulado, eis o que Victor Hugo quis dizer: TEMPLOS DO SABER.

O SUSTO DOS MESTRES

Em Oxford, na Inglaterra, mais ou menos pela mesma época, um pouco depois da metade do século XV, a reação de estupor, esta real, não foi diferente. Dizem que na primeira reunião da congregação docente feita naquela casa do saber, em seguida à chegada da notícia do extraordinário acontecimento que se dera em Mainz (a invenção dos tipos móveis e da máquina de imprimir livros), a desolação fora geral. Os professores ingleses, desconsolados, acreditaram que, com a vinda dos livros impressos, eles não teriam mais função. No futuro, pensaram eles, qualquer um poderia adquirir um livro e aprenderiam tudo por si mesmos.

Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/gutemberg2.htm

PUXANDO A BRASA PARA MINHA SARDINHA

Valeu a pena minha dedicação ao jornal Diário do Grande ABC que, há 50 anos, continua trazendo aos seus leitores o que vai pela região, pelo Brasil e pelo mundo. Como diz o ditado: “Quem lê sabe mais”, cultivar o hábito da leitura deste jornal é prática constante daqueles que já se destacam em todas as áreas.

FUJA DO MICO! LEIA MAIS

Conta Max Gehringer (administrador de empresas e escritor, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial) que, fazendo parte de um grupo de treinadores, e diante de uns 200 funcionários, o professor saiu com essa: "Jesus era peripatético". Requisitado pela secretária para atender um caso de urgência, o mestre saiu da sala, deixando a todos boquiabertos. Um disse que aquilo era uma afronta à religiosidade, outro que não seria uma boa o mestre estar misturando religião com treinamentos, outro achou ofensivo mesmo, acrescentando que estava chocado, no que foi amparado por um silêncio sepulcral até que o mestre retorna e diz: "Peripatético quer dizer 'o que ensina caminhando'. "E nós ali, encolhidos de vergonha". - completou Max Gehringer. Essa história mostra, de forma inequívoca, o quanto cultivar o hábito da leitura de jornais e revistas aprimora, dia a dia, nossa cultura geral.

Em 2008, ouvi na Rádio CBN um entrevistado de Heródoto Barbeiro relatar um caso de seleção de pessoal. Com a sala repleta de candidatos à vaga, na primeira triagem, a selecionadora entra na sala e diz: "Quem já leu os jornais de hoje? Os que não leram, estão dispensados da continuidade do processo por não se enquadrarem no perfil exigido. Os demais continuam."

O CONDE FRANCISCO MATARAZZO

MANDAVA LER OS JORNAIS PARA ELE

Corria o ano de 1999 quando estive coletando dados para uma reportagem sobre a Estância Turística de Águas de São Pedro. Um dos entrevistados foi o barbeiro (foto acima), foi o barbeiro Benedito Serra, o Ditinho, - o tempo passa, mas meus cabelos, quanta diferença! Enquanto cortava meu cabelo, contou-me várias histórias, dizendo que trabalhou muitos anos do Grande Hotel e que pela sua tesoura também passaram ilustres personalidades da história do Brasil. Industriais, políticos, escritores e músicos estão no rol de suas lembranças.

“Quando eu via chegar aqueles dois Cadilacs pretos, já sabia: um era do conde e o outro, sua esposa. Com a condessa, viajava a dama de companhia. No carro do conde, vinha também seu secretário particular, um japonês que falava várias línguas. Na recepção, o conde marcava hora com o barbeiro exigindo que fosse eu, mas deveria estar no apartamento 432 às 09h00 em ponto. Enquanto fazia sua barba, o japonês repassava as notícias de política e economia de três jornais: O Estado de São Paulo, Corriere della Sera e New York Times." _disse.

Falar em Indústrias Matarazzo e falar num feito sem precedentes, uma das primeiras empresas multinacionais genuinamente brasileira, a Matarazzo foi corajosa e pioneira em transformar tudo que era até então importado em Made in Brazil. Com uma fortuna estimada em dez bilhôes de dólares, Francesco Antonio Maria Matarazzo (Castellabate, 9 de março de 1854 — São Paulo, 10 de dezembro de 1937), também chamado de Francisco Matarazzo, foi o criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX. Sua importância para o cenário econômico do Brasil só é comparável à que teve o visconde de Mauá no Segundo Império, tendo sido um dos marcos da modernização do país. É o patriarca da família Matarazzo. Ao completar 80 anos, era de longe o homem mais rico do Brasil à época, sendo que a riqueza produzida por suas indústrias ultrapassava o PIB de qualquer estado brasileiro, exceto São Paulo. Registre-se que ele jamais deixou de ler jornal.

PROPRIEDADES NUTRICIONAIS

DO ABACATE

Nutricionistas de renome afirmam que o abacate beneficia as artérias, reduz o mau colesterol e dilata os vasos sangüíneos. Sua gordura age como antioxidante, bloqueando a toxidade do colesterol LDL, que destrói as artérias. Além disso, é um poderoso bloqueador de trinta agentes cancerígenos diferentes. Também na área de cosmético age como condicionador, dermoprotetor, hidratante, lubrificante e suavizante. Recomenda-se a ingestão de duas colheres de sopa de abacate por dia como medida ideal para obter os benefícios, reduzindo os riscos de desenvolver doença cardíaca, pois o abacate é tão bom para o organismo quanto o azeite de oliva extravirgem é no controle do colesterol. As pessoas costumam ter uma imagem negativa do abacate: “O abacate é muito gorduroso, vai piorar seu colesterol”, dizem uns, “Abacate engorda“, falam outros. O abacate é calórico sim, tem um alto valor energético, pois cada 100g da fruta tem 160 calorias.

Segundo a nutricionista Mariana Escobar, comer abacate em porções moderadas faz bem à saúde e não engorda. “A gordura dessa fruta é a monoinsaturada, a mesma encontrada no azeite de oliva. O abacate possui nutrientes importantes, como ácidos graxos, vitamina E, carotenóides e vitamina C, e, além de diminuir os níveis de LDL, ajuda a normalizar a glicose, o que previne a resistência à insulina. Uma dieta saudável aliada a exercícios físicos deve fazer parte dessa rotina”, acredita a nutricionista. E como é um alimento oleaginoso, também ajuda a diminuir a saciedade. A porção indicada para consumo é uma a três colheres de sopa da fruta.

FONTE: Jornal da Orla, Santos, 19/10/2008

(*) Jornalista, trabalhou por 23 anos no Diário do Grande ABC, sendo um de seus fundadores como integrante da equipe de funcionários que produziram sua primeira edição, aposentado, 70 anos, casado, quatro filhos, oito netos. Foi Diretor de Divulgação do CDV - Centro de Defesa da Vida, diretor-fundador do Jornal Integração que circulou por oito anos consecutivos na região do Alto Tietê, tendo sido agraciado com duas moções de aplauso pelos vereadores de Suzano pela qualidade e imparcialidade de sua linha editorial, jornal este que deixou de circular em 2008 devido ao falecimento de seu sócio.

Página na internet:

http://blogdointegracao.blogspot.com/

antoniodevanir@uol.com.br


4 comentários:

luciane mansano disse...

MARAVILHOSA REPORTAGEM!!!!!

Parabéns pela dedicação e parceria.

Abraço

Luciane Mansano
Assistente Pedagógica

Unknown disse...

QUE FELICIDADE! COMO É BOM RECEBER UM CARINHO!
Lembrando que a lua para brilhar, depende do sol e isto eu tenho todos os dias quando olho para meus alunos, sem falar da parceria de seus familiares, que cuidam de suas sementes, demonstrando que vale apena estar vivo e lutar por um futuro digno.

abraço

Profª Maria Helena

Unknown disse...

Estou muito feliz pelo reconhecimento da dedicação de minha mãe ao longo de todos esses anos.

Unknown disse...

Fui aluno da prof Maria Helena, em meados de 2001, e lembro me como se fosse ontem, do nosso entusiasmo ao ver o feijãozinho nascer num copinho de plastico com algodão. Como é bom ser criança rsrs.
Lembro me também,das nossas apresentações em dias festivos, guardo fotos e gravações até os dias de hoje.

Muito bom!!!!! Uma bela reportagem, de uma grande professora!!!!!

Abraços...